terça-feira, 27 de março de 2007

Cães como nós





Era uma vez um cão na noite. Numa em que a luz rareava, aproximou-se e aproximei-me. Cumprimentamo-nos, ele com um latido fraco e eu com uma palavra meiga, cão lindo.

Fotografei-o com a luz do candeeiro sem flash, ficou mal. O cão é muito bonito e meigo.

quarta-feira, 21 de março de 2007

E ela chegou


Apetece "gritar-me"!
Apetece gritar-vos!

Acordar!

E a Primavera também acordou.

segunda-feira, 19 de março de 2007

às vezes




...queria mas não posso
...posso mas não quero

...mesmo sem dizer nada
quero dizer tudo

...não quero sentir
mas sinto

...mesmo sem estar
estou.

quarta-feira, 14 de março de 2007

Eu


domingo, 11 de março de 2007

Au

quinta-feira, 8 de março de 2007

Dia M

Para eles

Fazer uma mulher feliz, é tão fácil


Queremos (apenas) que nos saibam responder de impulso quando vos perguntamos se se lembram do primeiro beijo na boca que trocámos; que não se esqueçam da data do nosso aniversário; que os vossos olhos brilhem enquanto conversamos à mesa e nos descalçamos debaixo dela; que um beijo dure por tempo indeterminado, consoante a ocasião; que não nos perguntem 100 vezes seguidas porque é que estamos a chorar numa qualquer manhã; que reparem nos pormenores de um jantar diferente, ou que reparem em todos os pormenores diferentes; que sejam sensíveis, criativos, inteligentes, originais a ponto de nos escreverem num papel rasgado - serve um guardanapo - "AMO-TE" ; que nos surpreendam e gostem de ser surpreendidos; que não nos perguntem "o que tens" para não termos que responder "nada" naqueles dias em que a tristeza nos invade; que gostem de se enroscar num edredon e em nós enquanto vemos um filme; que nos preparem um jantar requintado de vez em quando e que se sentem à mesa ainda de avental vestido; que nos preparem um banho de imersão cheio de espuma e se juntem a nós a meio do banho; que saibam que nos momentos difíceis, duas cabeças pensam melhor que uma; que nos entendam e sejam compreensivos nos dias em que amuamos; que tenham um sentido de humor fora de série e que sejam namorados, amigos, companheiros _______________________ eternamente apaixonados.

É pedir muito?

Para eles (e para elas)


Verbos diários, ou quase diários: Abraçar - Beijar - Amar - Mimar - Encantar - Escutar - Falar - enfeitiçar - cantar - Inventar - Planear - Sonhar.
Verbos obrigatórios e permanentes: Rir - Sorrir - Descobrir - Ir - Sentir.
Verbos proibidos: Nem me atrevo a pensar muito nisso.
Há quanto tempo não recebes um abraço?
Há quanto tempo não abraças?
Há quanto tempo não ... ?

quarta-feira, 7 de março de 2007

Querida Sónia




«Assim pudesse o tempo regressar
Recomeçarmos sempre com o mar»

terça-feira, 6 de março de 2007

Por correio




Sabem...
Uma das coisas que mais gostava de fazer era escrever cartas. Escrevi muitas, recebi outras tantas, escrevi cartas de amigo e de amor e nunca escrevi de mal-dizer. Hoje envio e-mails, mas o sabor de receber uma carta é muito melhor.

Há pouco deparei com uma caixa em metal cheia de selos, essa caixa era do meu irmão Jorge, que morreu em 1989, resolvi começar a ordená-los aos poucos, é mais um bocado dele que ficará em mim.

Sempre que puderem enviem uma carta a alguém que gostem e ponham lá dentro um selo para a resposta, assim não haverá desculpa...

Uma terça-feira boa, gosto das terças, por isso casei numa. (ganda maluca, obriguei toda a gente a faltar ao trabalho.)

Serpentinas


Uma questão de comprimento


sexta-feira, 2 de março de 2007

A arte de ser feliz




Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz. Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crinças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refelectidas no espelho do ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Às vezes um galo canta. Às vezes um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz. Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.